SABADO LIVRE

SABADO LIVRE - A voz da Comunidade

90 minutos parada vendo um monte de marmanjo correr atrás de uma bola. Um suor exagerado depois do jogo, pessoas felizes e outras tristes. Uma emoção sem fim. Isso é o Futebol. Dizem por aí que não é esporte pra mulher, que esporte pra mulher é ballet ou qualquer outra coisa mas não futebol. Muitas acham besteira gostar de futebol, muitas acham falta do que fazer, coisa que não é o meu caso. Sempre fui acostumada ao meu pai jogando barrinha comigo. Acho que o sonho dele era que eu fosse jogadora de qualquer coisa, se for pra levar em consideração que ele me fez jogar futebol, volêi e num enorme desespero da parte dele, basquete, mesmo não tendo 1,60 de altura. Ele realmente acreditava no meu potêncial. Os anos foram passando e ele simplesmente desistiu, não mais ligava para isso, não mais me influenciava. Minha mãe nunca achou isso prudente, sempre reclamou com o meu pai por isso. Para ela, as meninas apenas brincavam de boneca, não jogavam bola, isso era coisa de menino. Como eu nunca gostei de jogar futebol em si ela nunca teve do que reclamar. Na hora de assistir jogos, ela não ligava muito e eu continuei vidrada nos jogos que passavam na tv. Sempre tive dificiência em aprender o porque das faltas e quando o lance tava impedido ou não. Sou chamada de burra até hoje quando ainda acho que é penalty sem ser mas eu me esforço para melhorar. Como não poderia ficar de fora, tem a paixão por um time apenas. Chorar quando o seu time ganha uma final, se emocionar a cada gol, a cada bola roubada ou a cada besteira que o juiz faz que se a minha mãe estivesse no estádio comigo me colocaria de castigo independente da minha maioridade hoje. Brigo todas as vezes em que um garoto não respeita a minha opinião ou de qualquer outra mulher referente ao futebol. Na sociedade em que vivemos, onde as mulheres desbancam os homens em 90% das coisas, não deveria ser permitido o machismo exagerado da parte deles por causa do entendimento das garotas referente ao futebol. Somos iguais à eles, não somos? Temos o direito de idolatrar um time (seleção é café com leite) , de vibrar a cada gol, chorar a cada derrota e xingar o juiz quando ele merece. Acima de tudo, somos torcedoras, independente de tme, raça ou religião. Quando torcemos, temos a mesma paixão, torcemos por um bem maior e, assim, não deveria existir o preconceito que, muitas vezes, senntimos por parte dos garotos, o que eu acho muito injusto. No meu sonho de criança de revolucionar o mundo, os garotos seriam bem mais lights, a cada reclamação ou gracinha que eles falassem referente ao futebol não combinar com as garotas, o time deles perderia um jogo, a cada ofensa seria mais um jogo perdido. Quero ver se uma hora eles não parariam e nos respeitariam. É, se a realidade fosse essa..

Por Vanessa Muniz

0 comentários: