SEXTA DO SERJÃO RAMONE

GREAS, PUIAS E AFINS

'De tenso já basta o jogo em si, o stress semanal, a noia quando o time perde, a ansiedade dos desfalques e pah. O negocio é grea, meu veio, puias e afins. Mesmo que, de vez quando, a gente ri pra não chorar, né não?'

Não há como negar: Se existe ser mais estranho, neurótico e complicado do que o torcedor, certamente ele não é deste mundo, visse? E se esse torcedor é alvirrubro, a nóia, a neura, a bronca, e a conseqüente grea, ai é impagável, hilária mesmo.

Não sei se foi a longa abstinência dos 90, com direito a fatídica final de 93, quando jogávamos pelo empate, botamos 1 a 0 ainda no primeiro tempo, vimos o melhor (e único bom jogador do adversário ser expulso!), dominamos amplamente o segundo tempo, poderíamos ter metido uma goleada histórica e, em 7 minutos, tomarmos a virada e acabamos perdendo um título ganho.

É, pode ser por isso.

Afinal, uma derrota dessas traumatiza mesmo. Pouco importa que, onze anos depois, sete mil alvirrubros extasiados comemorassem um titulo impossível diante de sessenta mil tricolores na casa deles, de que isso adiantaria, visto que aquele 93 sempre terá sido pior, muito pior?

Mas, claro, o sofrimento não podia parar por ai, né não? Depois de inúmeras tentativas frustradas de voltar a tal elite do futebol brasileiro, sempre vacilando no último momento, o grande dia finalmente tinha chegado, a hora da redenção final, o momento da reafirmação alvirrubra no cenário nacional, e então, veio a tragédia, perdemos um jogo contra um adversário com inéditos três homens a menos e pior, dentro da nossa própria casa. Era o fim, definitivamente a profecia que seriamos o novo América seria, finalmente, cumprida.

E pouco importa que, exatos, 357 dias após o irrecuperável fracasso, tivéssemos enfim realizado o sonho que buscávamos por mais de uma década, a volta ao seleto grupo dos melhores times do melhor futebol do mundo. Voltamos, é fato, mas também, né, contra o Ituano, assim fica fácil, ora pois.

E assim seguimos, desde aquele 18/11/06, dia do níver da minha filha maior, vivendo essa luta inglória, essa batalha sofrida, suada, onde cada ponto mais parece um parto, pela sua dificuldade e importância, de conquistar o título máximo que nos é permitido nos difíceis e sofridos tempos de hoje: O título de permanecer, pelo preço que for, na cada vez mais disputada e valorizada Série A do futebol brasileiro.

Mas, ‘pow, Ramone, kd as greas, puias e afins a que tua coluna semanal do blog se propõe, han?’

Bixo, fica pra próxima, porque quando o assunto é a sobrevivência de um sonho, a batalha sem fim por cada mísero (mísero?) pontinho conquistado às mais duras penas, sorry but, não consigo achar a menor graça, falow?

‘É tudo por ti, Náutico!’

Por Sergio Ramone

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